quarta-feira, 23 de maio de 2012

Saudosismo

Estou com desejo de voltar à minha velha terra natal; tenho vontade de lá voltar e percorrer aquelas ruas e rememorar um outro tempo quando tudo era tão diferente, minha cidade era um mundo interminável, cada rua era como uma nova estrada que, por mais que nela eu andasse, sempre achava tudo imenso, as ruas eram quilométricas e cada percurso que fazia a pé era sempre uma nova façanha, na verdade nada foi tão espetacular, depois de muitos anos voltei lá e desconheci completamente aquele lugar; para começar, minha casa desapareceu, minha rua desapareceu, um bairro onde  eu andava livremente agora é um lugar visado pela polícia e os arranha-céus (nossa! arranha-céus !!!! agora fui fundo rs rs) bom, os predios tomaram conta de tudo, quero dizer, quase tudo, pois um resquício de identidade encontrei no meio de tanta metamorfose, o pinheiro, o meu pinheiro de natal, que vi meu pai comprar e levar para dentro da sala, depois de um tempo, ele plantou no quintal e, alguem, por  misericórdia, não o arrancou do chão, talvez por medo de alguma multa ou por achar que acabaria gastando dinheiro em vão; hoje este pinheiro stá com 8 metros de altura e a sua ponta aparece entre dois galpões; pelo menos, tenho esse consolo e a certeza que não havia entrado na cidade errada. Outro dia eu disse a um amigo que eu não tinha terra natal, que uma outra cidade me adotou, mas eu ainda tenho sonhos à noite com minha velha casa e meu quintal, sonho que mistura antigos e novos amigos todos dentro daquela mesma casa. Morar novamente nesta cidade está fora de cogitação, mas talvez eu não precise morar lá, pois esta cidade mora em mim!

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