segunda-feira, 1 de julho de 2013

Afinal, existe uma boa ilusão?



Sim, respondo com todo meu entusiasmo. Quero exorcizar essa pecha supostamente impregnante dada ao termo ilusão; sobretudo no campo filosófico  coloca-se essa palavra como sinônimo de algo pernicioso, enganador e puramente sedutor, um vilão em nossas vidas se a pudéssemos personificar, mas podemos tratar a ilusão de um modo diferente, sem o preconceito devido ao termo popular, mas ficarmos abertos para novas possibilidades na nossa própria existência e em nosso cotidiano. Agora vou procurar ser mais objetivo e ficar menos preocupado com argumentos.
Gosto demais de um trajeto que faço da minha casa até a cidade de Niterói; creio que muitos não semente eu, devem se encantar com as margens da baía de Guanabara e ao fundo a serra dos Órgãos. Pois bem, nessas inúmeras e agradáveis idas e vindas, pouquíssimas vezes tomado pela pressa, criei uma autodinâmica, que dei o nome de “um dia de turista”.
Certo dia, pela manhã , olhando ao fundo o morro Pão de Açúcar, me veio a ideia de uma brincadeira de característica bem infantil, que eu chamava de “faz de conta!” e foi aí que começou meu experimento.
“Fiz de conta que eu era um turista de outro estado do Brasil, que há muitos anos queria ver o Pão de Açúcar, e este era o grande dia; quando mais eu me aproximava do meu destino, meus olhos procuravam no horizonte onde estaria o morro dos meus sonhos, até que, de repente, ao longe, ele aparece diante de mim. Eu, agora movido pela emoção, disse: enfim, realizado meu sonho de criança, lá está o Pão de Açúcar e aquele pequeno ponto deve ser o bondinho!!… e mais adiante, o Corcovado!! Nossa! Eu tenho que ir lá! E assim, fui me aproximando cada segundo do meu sonho antigo e dias depois eu me via como o dono do Rio, pois a cidade me presenteara com sua beleza natural e esperou até que eu viesse.”
Após este momento, pensei: e se outros lugares também fossem igualmente novos, inéditos? Então fui até a praia de S Francisco e lá eu viu o Pão de Açúcar num novo angulo e produzi em mim a mesma dinâmica individual.
Partindo daí, vi que não só apenas imagens da natureza mas também a imagem que temos de uma circunstância da vida, não precisava ser necessariamente vista num só angulo, mas num novo angulo, consequentemente um novo olhar sobre aquilo que representa um momento difícil, uma circunstancia desafiadora ou mesmo uma perda, seja de um amigo ou de um emprego, ou a ocorrência de perdas corporais, acidentes que resultam em amputações ou o limite de uma cadeira de rodas.O que será a superação de um indivíduo com próteses senão a produção de uma nova realidade, uma reorganização da sua vida?!
Por isso te convido a ver a circunstância que você está passando de um novo angulo, você vai descobrir não apenas pontos positivos não visíveis anteriormente mas a descoberta de saídas para tocar a vida, mas é claro isso só vai ser possível para quem está disposto a despojar-se dos seus estereótipos, mas  é uma outro assunto que vou tratar oportunamente. 

Carlos Alberto Machado Gomes