Nas relações
políticas em nosso país, a proposta do sistema democrático é que, uma vez dado
ao cidadão escolher seus representantes na prefeitura, no governo estadual , no
Congresso Nacional ou Senado, presume-se
que quem se candidata está ciente da sua responsabilidade de representar o povo
legitimamente; não há uma interpretação à parte quanto a esta máxima;
entende-se a gestão da coisa pública e do erário público como a missão daquele
que se coloca como representante do povo. É no mínimo bizarro que, não raro, personalidades
da vida política transformam-se frente a este suposto portal que os transporta
a uma outra realidade, em que o
sofrimento humano, as injustiças e as necessidades primordiais , vazam em num
buraco negro e não são mais reconhecidos como reais, mas tão somente a presença
das necessidades fundamentais dos
partidos políticos, dos seus interesses
sempre complexos e enigmáticos à compreensão do cidadão comum.
Certo dia um
grande amigo me contou da sua amarga experiência em seu mandato com vereador de
uma cidade próxima; assim que empossado, se viu com as mãos completamente
atadas, tendo apenas que se sujeitar aos procedimentos escusos nas salas
privativas e, esperar que por piedade, um mínimo de recursos fosse para estruturar a vida comunitária de um
bairro, uma vez que as coligações dos grandes partidos já tinham seus planos e
prioridades.
O que dizer de reuniões completamente
tendenciosas que decidem pessoas que são
declaradamente megalomaníacos em suas posições, atitudes, como que se tivessem
tomando posse de um bem pessoal, um cargo que seria para prestar serviço ao povo. Como lidar com
isso sem um embrulhar de estomago; o angustiante
é o silêncio, é a sensação de que toda essa grandeza exacerbada é tratada como
uma injeção, daquela que tomamos contra nossa vontade, cabendo a nós esperar o
efeito passar e nos habituarmos a cada dia que passa, a esta
psicopatologia da vida política.
Acorde, isso
não é um pesadelo! É real e doloroso! Mas é no nosso mundo real onde refletimos
as ambiguidades, os desmandos e as incoerências da vida política. Sempre
insisto que a cidadania começa em nossa casa; isso não exclui que tudo do que já
está posto pode ser revisto, reformulado, abolido e renovado, ainda mais quando
a vida politica de um povo beira aos delírios e às inconcebíveis patologias que
tanto fazem sofrer um país inteiro.
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