segunda-feira, 22 de abril de 2013

Amor (III)


Autor /George Herbert (1593-1633)




O Amor me acolheu, mas minha alma retrocedeu,

culpada de pó e de pecado,

Mas clarividente, o Amor vendo-me hesitar,

desde o meu primeiro passo,

Aproximou-se de mim, com doçura perguntando-me

se alguma coisa me faltava;

“Um convidado” – respondi – “digno de estar aqui”.

O Amor disse: tu serás o convidado!

“Eu? Mau? Ingrato? Ah meu amado,

não posso olhar para ti”.

O Amor me tomou pela mão e, sorrindo, me respondeu:

“quem fez estes olhos senão eu?”

“ É verdade, Senhor,  mas eu os manchei;

Que a minha vergonha vá para onde merece!”

“ E não sabe, disse o Amor, quem foi que
assumiu a crítica sobre si?”

“Meu amado, agora servirei.”

‘É necessário que te sentes”, disse o Amor,
“ e saboreies a minha comida!".

Então sentei-,me  e comi.

 

 

 
 

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