Ontem resolvi
passar por um bairro para alcançar a BR-101, com destino a Niterói. Já havia
notado que há nesse bairro o que costumam chamar de zona de silêncio, as
emissoras de rádio perdem a nitidez do som e começa a ter muita interferência.
Porém, desta vez eu instalei uma antena externa em meu veículo e descobri que faltava para uma boa recepção, uma antena.
Gosto de
ilustrar o que quero compartilhar; penso que nas relações humanas se dá muita
interferência, em grande parte das vezes porque um dos pares não captou
devidamente o que o outro quis dizer, daí surgem os equívocos, os julgamentos,
as comparações e tudo o mais que pode transformar o diálogo numa perfeita Babel.
Entendi que
cabe a mim ficar antenado, não apenas preparado para falar o que penso, mas
para compreender o que meu semelhante quer compartilhar, não me apressar e me
retrair, me afastar, e abortar gratuitamente um relacionamento sem que eu me
esforce para compreender aquele que fala; eu teria o direito de dizer: eu não
entendi o que disse ou sua atitude, pode me explicar?
Entendo que
quando eu procuro captar o coração do meu semelhante, estou me implicando numa
comunicação de qualidade, isso produz um sentimento de valor pessoal e
encorajador para uma excelente comunicação entre dois seres humanos. Neuroses à parte, buscar um bom vinculo de
amizade requer muita coragem interior, temos estado tão fragilizados
ultimamente, digo, todos nós. Quem se aventura, quem se arrisca a acreditar num
relacionamento transparente, congruente, franco e ao mesmo tempo cheio de
ternura e consciência de ter outro ser humano ao seu lado.
Afinal o que te faz lembrar o têrmo: "isso é só a ponta do iceberg"? é como somos todos nós, com um mundo invisível submerso, como conhecer o coração de alguém se não o deixamos falar?
Abraços a todos!
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