sábado, 21 de julho de 2012

Terapeutas são faróis



Estava aqui me lembrando dos meus tempos de caserna, mais exatamente, nas minhas travessias pelo litoral brasileiro. Algo que me fascinava era o trabalho do navegador. Nas noites escuras, eu trabalhava como vigia, era a função do marinheiro que com um binóculo, procura constantemente um ponto luminoso que pode ser tanto uma embarcação ou algum sinal de terra. Agora até que temos grandes avanços  tecnológicos, mas algo  persiste por séculos, o dia-a-dia de um navegante, os faróis. Tão tematizados   me lembrando aqui, da extrema importância que de fato, os faróis são para as navegações, em especial durante  a noite.
          Tempos depois, me tornei um técnico em Meteorologia e passei a ser um observador do céu e atualmente sou um observador do ser humano, um terapeuta. Eu me deparo hoje algo que me saltou aos olhos sobre a função dos faróis. Por  favor, poetas, não se ofendam, só quero falar da minha experiência pessoal. Em ainda me lembro da real função daqueles faróis que tanto localizei e, com esquadros e um compasso, tomava a carta náutica, mais minha distancia -radar de terra, coincidindo os ângulos, eu podia saber exatamente em que ponto do mar e da terra eu estava.  Eu também me considero um poeta e nem por isso me importo de desconstruir alguns conceitos e construir novos. Para surpresa minha, compreendo hoje que os terapeutas devem ser como faróis, não se arrogando sabedor dos segredos do navegante,  a  função dos faróis não é de iluminar o mar como quem ilumina uma estrada assim como o terapeuta não se arroga de uma posição de guru, ou alguém que vai dar luz a outro, mas única e singelamente, ajudar o navegante a se dar conta de onde ele está, e isso para o navegante é tudo que ele precisa para continuar navegando.
           É simples assim. Como é gratificante reconhecer este outro que está cada um no seu mar, assim como eu, alguém que continua navegando, agora por outros mares, pois navegar é preciso e viver... também!

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