sábado, 2 de março de 2013

COMO UM CARRO DESMONTADO...



          Muitas  pessoas  tem pensamentos dos mais criativos e mitológicos quanto a um atendimento psicológico, alguns se sentem até mesmo ofendidos, como se estivessem sendo comparados a algum louco, além do que , quem são os loucos?... bom... isso é um outro assunto; o que quero dizer aqui é das grande possibilidades de resgate da confiança em si mesmo, da segurança, de um real otimismo, quando podem encontrar na psicoterapia, uma grande aliada na sua organização pessoal, intima , familiar, social e espiritual.
          Nos atendimentos que prestei no consultório psicológico, em muitos casos, a sensação que muitos expressam nas sessões  é de uma coisa sem forma, caótica, descomunal, ensurdecedora, que na realidade está oprimindo e achatando as emoções e o organismo daquele paciente. No entanto, a possibilidade de  encontrar  um porto, uma âncora, um suporte eficaz  torna-se maior quando o que ouve, tem um olhar sem juízo de valor ou preconceito; mesmo que as ambiguidades surjam, o terapeuta tem consciência de que está diante dele uma pessoa com um sofrimento.
           Nesses encontros, o terapeuta percorre com o paciente essa mesma estrada, ajudando este a descobrir as grandes pedras que estão no caminho, até que este tenha a chance de se dar conta e dar conta do tamanho real daquilo que era intransponível, e então resolver o que fazer desse gigante indesejável, assim como representa essa  figura no início do texto, um carro com seis meses de uso, que foi alagado numa enchente, que passa por uma remontagem, quando nada está no lugar, mas que com ajuda profissional, voltou as estradas, com nova  fiação  e novo espaço interno e um motor pronto para a estrada, este carro foi até mesmo livre de um problema elétrico que veio de  fábrica, ou seja, depois da remontagem ficou melhor do que no dia que foi retirado da agência.          
          O propósito do trabalho de um psicoterapeuta é o de ensejar a possibilidade de melhor qualidade vida, fazendo com que cada pessoa se reconheça, localize e dê forma ao que constitui o seu sofrimento e a partir daí, possa encontrar os meios de lidar com sua realidade, dando a si mesmo a chance de encontrar os melhores caminhos para continuar em sua  viagem, agora com uma nova forma de ver a si mesmo e o mundo.

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