quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Afinal, quem é esse sujeito?




O Termo “sujeito” é conhecido no estudo da Língua Portuguesa para definir aquele que é um dos termos essenciais da oração em Análise Sintática, ainda que popularmente é um termo que indica qualquer indivíduo em qualquer condição ou grupo social ao qual ele pertence. Como aqui eu não tenho a pretensão de fazer alguma palestra sobre este termo, apenas gostaria de colocar dois pontos que me tem me instigado ultimamente.
Quando eu era bem jovem na minha terra natal, eu ouvia muito este termo para se referir simplesmente a algum indivíduo atribuindo-lhe algum adjetivo, comentários como: fulano é um bom sujeito, um sujeito “boa praça” (gente boa), ou o inverso: aquele sujeito não presta pra nada, ou com reforço, ô sujeitinho besta! E assim fui ouvindo e assimilando este termo por longos anos.
Como já disse, não pretendo abrir uma tese sobre uma única palavra com essa variedade de aplicações em nossa língua, mas me restrinjo aqui ao sujeito como sinônimo de cativo, domado, dominado, dócil, escravizado, obediente, subjugado, submisso.
Ainda que no discurso da liberdade de expressão, da autonomia dos indivíduos, dos apelos do capital, que nos oferece uma forma interagir em especial com o mundo globalizado, somos na verdade sujeitos a um sistema de regras que envolvem uma submissão à tirania da beleza, da performance, do acumulo de bens ou mesmo uma sujeição a um estilo de vida que nos nomeia como indivíduos categorizados por classes.
Por isso, a melhor maneira de compreendermos a que mundo pertencemos, é reconhecendo que, independente de grau de instrução, de condição social, de gênero ou raça ou capacidade de realização; vivemos numa mesma aldeia, em que, nos reconhecendo nelas, é meio caminho andado para que nas relações com nosso semelhante sejamos livres do cruel delírio que é o de sermos melhores que o outro. Pode parecer uma filosofia de boteco tudo isso mas, quando mais cedo nos damos conta da inegável realidade de que precisamos uns dos outros, teremos uma vida mais serena e encontraremos mais facilidade em relevar quando ficamos frustrados pela conduta de alguém, como também será fácil nos colocarmos em lugar do outro quando somos induzidos a julgar as questões alheias. Portanto, ser sujeito é ser humano.

Um imenso abraço a todos.

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