Já
li tantas frases que defendem essa ideia, mas eu me pergundo se isso
tem fundamento. É interessante notar que, na infância, ainda que
hoje, o sistema de capital tenha levado os pais a idealizarem nos
filhos, a prosperidade ou o aumento do sucesso, quer seja no
investimento em cursos, modalidades esportivas, aprendizado de um
idioma, você sabe do que eu estou falando, enfim, ainda que se
assegure que isto é amor, ( e quem vai dizer que não é!) cada
família, cada cultura, uma linguagem, na maioria das vezes esse é a
única linguagem que aprenderam, o lutar pela felicidade dos filhos
que na prática, lutar pelo amor dos filhos. Estes por sua vez, por
serem em extremo dependentes, por sua vez aprendem que essa é a
única linguagem, a do favoritismo e do bem-estar fisico e social. No
entanto, aquilo que se proponha ser incondicional, tem como
resultado a suposta legitimidade de se esperar que esta criança ao
crescer “aprenda a ser grata” por tantos investimentos preciosos,
contando por fim, no desfrutar do progresso dos filhos quando aqueles
chegarem à velhice. Para tranquilizar-lhes, sem partir para o
discurso pessimista, entendo perfeitamente que todos os que procedem
com investimento no progresso dos seus filhos, não estão condenados
à frustração por receberem em troca mais tarde a ingratidão dos
filhos, porque pode-se muito bem conceder-lhes todos aqueles
recursos, tendo como recheio, como tempero, o afeto, a presença, a
valorização ao seu filho, o que produzirá para este, um sentimento
de suprimento, de mais-valia e de grandeza afetiva.
Por
esta razão defendo a ideia de que, o amor pelo qual de deve lutar é
o amor pessoal, o cuidado de si mesmo, pois equivocadamente se vê em
maior parte das vezes, no imaginário popular, através das novelas,
alguém que queira lutar pelo amor de outra pessoa; uma pessoa que ao
lutar pelo amor de alguém esquece a sua individualidade e até mesmo
da sua dignidade, esta pessoa está longe de realizar o sonho de ter
o seu amor ser reconhecido pelo outro, pois deixa escapar um
importante detalhe, tão comum e tão óbvio: nós amamos porque
amamos. O amor se aprende em casa, quando o pai e a mãe que amam seu
filho(a), não meramente por algo que estes possam produzir, mas por
eles serem resultado de um laço afetivo visceral, porém calcado no
reconhecimento de que ali está uma nova vida como flor em botão, e
como pais terem a missão de prepará-los para a vida e para o mundo.
Uma
vez que temos no início da vida, ainda que não plenamente como o
amor acontece, temos condições de olhar para nós mesmos e
compreendermos que jamais daremos aquilo que não temos, então
tenhamos uma imensa estima por nós mesmos, digo, de forma positiva e
saudável, não patológica, mas prontos a se amarem muito quando for
o momento de renovar o próprio relacionamento ou ao dar sequencia na
sua vida se for necessário dar uma guinada mais forte.
Um
imenso abraço para vocês do seu amigo Carlos.
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