Foi
quando eu vi
uma
rua e me senti
Com
se o tempo voltasse,
canto
de bem-te-vi
fez
que eu nela entrasse,
doce
emoção senti
quando
então eu ouvi
aquele
convite singelo:
Não
fique aí na rua,
Cruze
o portão amarelo,
Venha
ver a minha arte
Que
da minha vida querida,
Faz
parte!
Era
a voz maturada
De
um sereno ancião,
Cabelos
brancos brilhantes,
Pés
muito firmes no chão
E
entre tranças e laços
A
vida o fez artesão.
Vou
te mostrar minha obra!
Disse
o entendido em fios,
E,
sob o sol na janela
De
cor marfim e canela,
Pôs
então os seus tapetes
Com
as cores da aquarela,
Sem
espera de aplausos
Ou
de muitos elogios
Cada
qual de tal beleza,
Fora
outros que estavam
Estendidos
sobre a mesa,
Qual
não foi minha surpresa
Quando
então o tapeceiro
Me
mostrou o outro lado
De
cada obra de arte
Em
que tinha trabalhado:
Um
monde de nós e trançados
estavam
diante de mim
mal
podia acreditar
que
o belo era assim!
Com
um sorriso matreiro
Pôs-se
a me explicar
Com
voz e tom de segredos
Mostrou-me
com os seus dedos
O
grande esforço a fazer
Para
prender cada cor
E
faze-lo aparecer
Era
então necessário
Nós
que ainda feios
Ele
se empenha e amarra
Usa
todos os meios
Para
que as cores se mostrem
Bordas,
desenhos, recheios
Diz
que é assim sua vida.
Assim
ele mesmo diz:
Esta
é a minha vida!
Esta
é a minha arte,
Que
da minha vida querida,
Faz
parte!
Carlos A. M. Gomes
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