quinta-feira, 1 de março de 2012

Amor impossível versus amor possível


Ao ouvir estes termos semanas atrás, fiquei a pensar sobre o que o cancioneiro popular e a literatura nomeiam sobre estes dois matizes da afetividade. No amor possível, um relacionamento amoroso é cercada de uma forma de amor que chamaríamos de amor concreto, o amor do cuidado com o outro. Um ponto que pode minar esta motivação é justamente o da certeza de tudo, do romance rotineiro, de um amor blindado, racionalizado, em que nada pode dar errado, uma suposta predestinação sacralizada, pois se baseiam em crenças que não podem exclusivamente nutrir uma vida a dois; o que é rígido tende a quebrar. E o amor impossível? Ah, quantos já desistiram dele, pois é o amor do sofrimento, das desilusões e das esperas, assim como os dramaturgos escrevem tanto. Na verdade, não fazemos idéia das belas surpresas de um amor impossível, tão propalada com inalcançável, é o amor corajoso, despojado das bagagens “do que já viu na vida”, é o amor que pode ser revivido, resgatado, sonhado e realizado, o amor da celebração da juventude e o brinde da alegria. Você se atreveria a ter um caso de amor com seu cônjuge ou parceiro(a)? Amor impossível, um desejo viável, que não precisa ser eterno, só precisa ser renovado, um amor inesperado todos os dias, com todas as cores e sabores em nosso belo e previsível mundo

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