terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

A incomensurável grandeza da solidão ( ou: aprenda a apreciar sua estrela mais próxima!)





Tive uma boa surpresa quando quando, nas minhas vivências de observação da natureza, resolvi apreciar não o nascer do sol mas o surgir do sol, o que me deu uma percepção muito diferente. Dei menos atenção à minha verticalidade e resolvi me ver de pé, preso à terra pela força de gravidade, notando aos poucos a luz que a própria terra descortinava; o céu antes escuro e denso dava agora lugar a uma forte luz que gradativamente surgia, não numa linha do horizonte, mas o brilho que surgia à medida que a própria terra se movia e nos permitia ver, agora não mais o antigo astro-rei mas uma bela estrela fantástica bem perto de nós e que nos dá vida e calor, o que aumentou minha percepção de que sou ainda menor do que eu imaginava. Neste mesmo parágrafo, agora me volto para dentro do meu próprio organismo,  e tomar como ilustração a célula sanguínea, cuja quantidade é inestimável em todo o nosso corpo. No entanto duas células podem esbarrar-se numa artéria e jamais isto vir acontecer com estas duas unidades celulares e nem por isso deixarão de ser células sanguíneas enquanto elas existirem. O que tem, afinal o meu novo sol com as células? ambos falam de uma realidade comum a todos nós, a solidão, palavra vista tantas vezes como sensação de desamparo; já não penso desta forma mas na intrigante e incomensurável grandeza da solidão.




Sem entrar no mérito teológico e sentimental, solidão é algo inerente a todos nós enquanto in-divíduos, enquanto seres autônomos e ativos. Mesmo que sejamos dependentes no nosso desenvolvimento, na primeira possibilidade nos tornamos resultado de todos os nosso envolvimentos, interações e escolhas. Acredito que viver só não chega ser de fato um problema, pelo contrário, alguns vão ter a plena certeza do que alcançarão, mesmo com as pressões culturais , os preconceitos; ganhamos o hábito de depender do aval de alguém, para que o peso da responsabilidade seja menor, mas seja como for, a solidão deveria ser vista com mais naturalidade pois no fundo, todos nós fomos liberados do cordão umbilical para justamente caminhar, conquistar e completar a saga de cada um de nós que é a aventura de existir.  Um grande abraço a todos vocês, do Carlos

Nenhum comentário:

Postar um comentário

o que você pensa disso?