desabafo de um consumista compulsivo

Este ano estou resolvido a levar mais sério minha finanças. Hoje eu me despertei para uma dura realidade: não me adianta, na hora que estou diante do meu objeto de desejo, perguntar: eu preciso comprar isso? é urgente? posso adiar esta compra? dizem que estas três perguntas são muito eficazes mas, naquele momento crucial, eu me esqueço delas e, ainda que me lembrasse das benditas perguntas, eu diria com toda efusividade: EU PRECISO! É URGENTE? NÃO POSSO DEIXAR PARA AMANHÃ!! As estratégias do mercado para nos deixar cada dia mais engavetados com indústria do crédito, se tornaram uma verdadeira ciência, e o mais deprimente é que as cabeças pensantes das grandes empresas de crédito tem seus cartões e devem saber muito bem do que estou a dizer.
Pois bem, hoje resolvi que eu vou estabelecer um limite para o meus principais cartões, todos os cinco. Pegarei um lápis e vou somar todos os parcelamentos e vou estabelecer uma fronteira para meus gastos. E se as soma dos meus parcelamentos passar do que eu ganho, o que será bem provável, aí então eu resolvo tudo com um belo empréstimo bancário para não me preocupar mais com isso, os atendentes dos bancos costumam ser muito atenciosos! seriam capazes de me carregarem no colo até à mesa do gerente, me ofereceriam um café e, quando eu me der por conta, já terei enfiado o pé na jaca, como se diz no Brasil.
Amigos, o verão é uma estação perigosa! Além dos impostos cabeludos que tenho de pagar, me vem a sensação de que minhas férias terão de ser adiadas, ah por que tive de entrar naquela agencia de turismo hoje? pelo visto minha viagem à Europa vai ficar mesmo para daqui a dois anos. Ainda bem que meu empréstimo é compulsório, tenho um que finda em outubro de 2012, antes do fim do mundo. Alguém acredita nisso? Perguntei: alguém acredita se vai ser meu ultimo empréstimo?
Ah...querem saber, descobri onde moro hoje. Moro em mim! o que faço , eu faço de mim, meu saber mora em mim, por isso acho que ainda existe uma esperança, não de ficar rico mas de ter plena suficiência, gastando apenas do que ganho; isso pode parecer uma atitude bem xiíta, mas se Deus quiser, e sei que Ele quer, não concordo com o Chico Buarque, quem adora brincadeira sou eu, brincar de Midas, sir tocando tudo para que vire ouro. Vou baixar a bola e ser mais modesto sem perder a saude, o bom humor e principalmente o sossego! Opiniões são bem-vindas!