Detesto sushi!!!
Algum problema?
Eu me congratulo com todos os
apreciadores deste prato japonês já tão apreciado no Brasil, uma vez que, tendo
que adaptar-se ao paladar incomum aos nossos livros de receitas, tem nesta
iguaria uma fonte não apenas de propriedades alimentares poderosas mas também de um modo lúdico e
diferenciado de recompor suas energias.
Particularmente não tenho barreiras
nem críticas a consumidores deste produto, nem ao próprio produto, muitos menos
à cultura japonesa; eu simplesmente não tenho atração por pratos orientais nem tentei
consumir sushi, sei que muitos adoram mas eu não sinto falta de sushi. Não é
meu caso detestar sushi, disse isso no início como uma provocação pois venho
aqui falar sobre Individualidade.
Não vou entrar aqui no discurso
antropocêntrico, quero apenas dizer que somos uma multidão de alguens.
Certa vez eu
coloquei no facebook a seguinte postagem: “Alguém poderia me ensinar a comer
sushi? Eu não faço a mínima idéia.” Possivelmente nenhum dos meus amigos na
rede deve gostar de sushi ou então não encontrei quem tivesse paciência ou
interesse de me ensinar a forma de comer desta iguaria que tem até um quê de
tropicalismo. Isso vale para qualquer assunto que eu venha expor na net e, nem
por isso, estou fazendo alguma avaliação em meus amigos. Hoje se fala muito
nas “vibes”, aquele conjunto de
elementos com os quais determinada pessoa se envolve ainda que por um
determinado tempo, minha “Vibe” costuma ser constante: reflexões em meus blogs,
meu ecletismo musical, meus inventos em artes plásticas, volta e meia, um
elemento sobressai e posteriormente outros elementos predominam. Gosto do papo-cabeça,
é meu jeito, a única forma com a qual posso ser acessível a quem não seja
assim, é ser acessível à sua forma particular de ser.
Hoje fala-se muito em diversidade e
respeito às diferenças mas na prática há muito caminho a ser percorrido para
que essa proposta tão nobre seja praticada efetivamente. Torna-se necessário que
cada um de nós tome consciência de que fatalmente alguma particularidade nossa
não seja do agrado de todos. Se detestamos a Rede Trelelê de Televisão por exemplo, somos
livres para detestá-la durante toda a nossa vida; se não curtimos tudo que nos
aparece nas redes sociais, isso se aproxima bem ao que disse um anônimo: “Todos
os dias abro o jornal para saber aquilo que eu penso.”Aliás, quem souber o autor dessa frase, colooque aqui no comentário, agradeceria extremamente!
Somos desde o início do dia,
condicionados aos noticiários, aos produtos de propaganda, ao consumo, aos
outdoors, nos fechamos em nossos walkman e nos bombardeamos de tudo que nos
garante prazer imediato, alegria, popularidade e sucesso; fora de ser uma crítica
puritana, digo que este é nosso mundo, a grande metrópole onde vivemos, cujo
preço de sobreviver é a competição nos meios de transporte, melhor qualidade de
habitabilidade, melhores oportunidades de emprego, como também os confrontos
que ocorrem em razão da população que a cada dia vem das pequenas cidades, com
seus valores, crenças, hábitos, necessidades pessoais e sociais, uma verdadeira
avalanche de hábitos e ideologias vem em nossa direção. Na
psicoterapia temos entre outros objetivos, ensejar a quem procura, um melhor
conhecimento de si mesmo, para que sua saúde emocional seja não em decorrência
de fatores superficiais apenas demarcados por momentos, mas justamente estes
elementos que caracterizam o ambiente de uma metrópole tão desafiadores sejam por si só, promotores de uma boa percepção de nós mesmos, uma vez que a maior
riqueza que podemos obter hoje frente a tantos apelos afetivos, é preservar o respeito a nós mesmos, ou seja, a essa individualidade tão densa e que precisamos tanto proteger, este in-divíduo, isso que não se pode subtrair.
Então, eu não sou obrigado a gostar de sushi e se eu detesto sushi, ninguém tem nada com isso, mas aos que adoram, boa apetite! Bom apetite mesmo!
Então, eu não sou obrigado a gostar de sushi e se eu detesto sushi, ninguém tem nada com isso, mas aos que adoram, boa apetite! Bom apetite mesmo!
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