domingo, 1 de setembro de 2013

in-divíduo!



Detesto sushi!!! Algum problema?
Eu me congratulo com todos os apreciadores deste prato japonês já tão apreciado no Brasil, uma vez que, tendo que adaptar-se ao paladar incomum aos nossos livros de receitas, tem nesta iguaria uma fonte não apenas de propriedades alimentares  poderosas mas também de um modo lúdico e diferenciado de recompor suas energias.
Particularmente não tenho barreiras nem críticas a consumidores deste produto, nem ao próprio produto, muitos menos à cultura japonesa; eu simplesmente não tenho atração por pratos orientais nem tentei consumir sushi, sei que muitos adoram mas eu não sinto falta de sushi. Não é meu caso detestar sushi, disse isso no início como uma provocação pois venho aqui falar sobre  Individualidade.
Não vou entrar aqui no discurso antropocêntrico, quero apenas dizer que somos uma multidão de alguens. 
Certa vez eu coloquei no facebook a seguinte postagem: “Alguém poderia me ensinar a comer sushi? Eu não faço a mínima idéia.” Possivelmente nenhum dos meus amigos na rede deve gostar de sushi ou então não encontrei quem tivesse paciência ou interesse de me ensinar a forma de comer desta iguaria que tem até um quê de tropicalismo. Isso vale para qualquer assunto que eu venha expor na net e, nem por isso, estou fazendo alguma avaliação em meus amigos. Hoje se fala muito nas  “vibes”, aquele conjunto de elementos com os quais determinada pessoa se envolve ainda que por um determinado tempo, minha “Vibe” costuma ser constante: reflexões em meus blogs, meu ecletismo musical, meus inventos em artes plásticas, volta e meia, um elemento sobressai e posteriormente outros elementos predominam. Gosto do papo-cabeça, é meu jeito, a única forma com a qual posso ser acessível a quem não seja assim, é ser acessível à sua forma particular de ser.
Hoje fala-se muito em diversidade e respeito às diferenças mas na prática há muito caminho a ser percorrido para que essa proposta tão nobre seja praticada efetivamente. Torna-se necessário que cada um de nós tome consciência de que fatalmente alguma particularidade nossa não seja do agrado de todos. Se detestamos a Rede Trelelê de Televisão por exemplo, somos livres para detestá-la durante toda a nossa vida; se não curtimos tudo que nos aparece nas redes sociais, isso se aproxima bem ao que disse um anônimo: “Todos os dias abro o jornal para saber aquilo que eu penso.”Aliás, quem souber o autor dessa frase, colooque aqui no comentário, agradeceria extremamente!
Somos desde o início do dia, condicionados aos noticiários, aos produtos de propaganda, ao consumo, aos outdoors, nos fechamos em nossos walkman e nos bombardeamos de tudo que nos garante prazer imediato, alegria, popularidade e sucesso; fora de ser uma crítica puritana, digo que este é nosso mundo, a grande metrópole onde vivemos, cujo preço de sobreviver é a competição nos meios de transporte, melhor qualidade de habitabilidade, melhores oportunidades de emprego, como também os confrontos que ocorrem em razão da população que a cada dia vem das pequenas cidades, com seus valores, crenças, hábitos, necessidades pessoais e sociais, uma verdadeira avalanche de hábitos e ideologias vem em nossa direção. Na psicoterapia temos entre outros objetivos, ensejar a quem procura, um melhor conhecimento de si mesmo, para que sua saúde emocional seja não em decorrência de fatores superficiais apenas demarcados por momentos, mas justamente estes elementos que caracterizam o ambiente de uma metrópole tão desafiadores sejam por si só, promotores de uma boa percepção de nós mesmos, uma vez que a maior riqueza que podemos obter hoje frente a tantos apelos afetivos, é preservar o respeito a nós mesmos, ou seja, a essa individualidade tão densa e que precisamos tanto proteger, este in-divíduo, isso que não se pode subtrair.
Então, eu não sou obrigado a gostar de sushi e se eu detesto sushi, ninguém tem nada com isso, mas aos que adoram, boa apetite! Bom apetite mesmo!

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