... ou será que necessariamente esta mudança de estágio existe? Nós podemos verificar, com o passar dos anos, uma metodologia de atuação, sobretudo no comércio e prestação de serviços, que, o vendedor tem este insofismável dom de supostamente provocar no consumidor ou usuário de um determinado produto, que enfim, os seu problemas acabaram; até alguma pitada de misticismo, tudo vale, para oferecer o melhor, segundo eles, não só no contexto de vendas mas também, naquilo que todo brasileiro tem grande aproximação, a de uma religiosidade e de uma credulidade, quiçá, maior do que em muitos países politeístas. Uma vez introduzindo as palavras mágicas, ali está, submisso, um potencial comprador, não necessariamente de um produto, mas de uma promessa de alegrias, sucesso, boa performance e um grande lucro, com as bençãos divinas. Não vou me prender a praticas de charlatanismo, mas de um modo geral, a uma forma cruel e perversa como determinados produtos são anunciados,
Na verdade, se eu fosse dar um título que resumisse o assunto, muitos nem leriam o que tenho a dizer, pois, segundo Jaques Lacan, muitos adoram se enganar, para muitos tem um sabor de auto-vingança, quando se frustram em algum aspecto da vida e preferem pisar em seus próprios pés por sua suposta idiotice, quero dizer, pessoas que adoram promessas, sejam de amor, sejam de sucesso ou prosperidade, no que então se jogam com toda sua confiança neste poço escuro onde, com certeza, "Alguém" estará lá para ampará-lo, sendo que, de uma forma ou de outra ficarão felizes, seja qual for o resultado, afinal, o consumo é o consumo de si e ninguém tem nada com isso!
Entretanto, deixa estar, que, também, os que são portadores destas boas vendas, também acreditam piamente que farão um grande negócio, ainda que, com isso, seu cliente, além de consumidor, se torne uma especie de esponja virtual para publicar os resultados do seu investimento a outros que, pelo seu depoimento, podem também abraçar aquela excelente idéia. Você com certeza já clicou naqueles blogs bem coloridos e pessoas tão entusiastas vão a público e dizem o quanto estão felizes.
Hoje eu estou tratando disso com vocês, não por que eu tenha me desapontado com algum grande negocio, pelo contrário, o ultimo grande negócio que fi tem me deixado muito satisfeito.Ponto. O que gostaria de pensar com vocês, é até que ponto, em nome dessa fantástica realização de todos os nossos sonhos mais imediatos, nós mesmos não resolvemos como que, solcultar ao além o que é melhor para nós, uma vez que, hoje, o maior desafio é de fato, estar satisfeito com o que pode usufruir, sem aquela sombra narcisista colando nosso pé, como se nossa realização como pessoa, depende impreterivelmente de acúmulo ou ostentação de bens. Quem sabe, por muito menos, poderemos usufruir das maiores riquezas que hoje todos nós carecemos: serenidade, sensibilidade e simplicidade. Tenho dito!