Coloquei este título parafraseando
aquele polêmico início da carreira de apresentador de TV, Fausto Silva, na TV
Bandeirantes, O Programa Perdidos na noite. Naquela época, a temática deste
programa superava-se a cada edição, com situações inusitadas que envolvia
sensualidade, a picardia, o ridículo, cenas de gosto suspeito, entre outras “pegadinhas”.
Até então, o conhecido e eternizado ícone
do escrachado televisivo, Abelardo Chacrinha Barbosa, na TV Globo, era líder em
audiência em programas de auditório.
Com o falecimento do velho guerreiro
da Globo, Fausto Silva seria o substituto mais próximo do Abelardo Barbosa para
conduzir os programas de auditório, com música, entretenimento e concursos
populares.
Coincidentemente, muitas outras
mudanças estavam acontecendo em outros contextos, levando os meios de comunicação
a uma forma simplista de trazer aos telespectadores o que seria uma proposta de
abertura na liberdade de expressão, que culmina atualmente na forma com que a
fala e a escrita se expressam no meio popular, em nome de uma modernização da língua,
particularmente nas redes sociais.
Confesso que, nos meus primeiros
contatos com a internet, mais especificamente, aqueles blogs gratuitos e a
primeiras redes sociais, me preocupei de manter minha comunicação escrita sem
modismos ou gírias, muitas das quais nem
sabia o que significava. Daí em diante, me
vi frente a um dilema, uma dúvida cruel no
que meu interlocutor de fato gostaria de me dizer; como saber se ele
assumiu uma forma de linguagem que tomou como politicamente correta, um
glossário de abreviaturas, sinais e interjeições das mais variadas, ou então
ele estava tentando embarcar numa nova
forma de escrita internetês para com o
tempo ganhar domínio deste novo “idioma”?
Independente do discurso filosófico
da humanização da cibernética, só quero frisar que estou disposto a me
atualizar na minha forma de comunicação, ainda porque, tenho que acompanhar o
desenvolvimento da sociedade. Contudo, receio que eu devo estar preso a uma
forma lingüística tradicional; ao mesmo tempo creio que o âmbito acadêmico é o
espaço real que me faz mais confortável, pois ainda sustenta a ortografia como
eu conheço desde o meu curso primário, meu ensino Fundamental. Por isso, me
tornei muito seletivo na minha forma de interagir e de trocar idéias e
informações com quem entende melhor meu português; para não me ver na
necessidade de adivinhar o que o internetês
quer que eu entenda e eu corra o risco da ficar entre os perdidos na
rede.